domingo, 14 de outubro de 2007

MENTALIZE: VOU EMAGRECER E NUNCA MAIS VOLTAREI A SER GORDA




É só imaginar!
Técnica oriental usa a força
do pensamento e de visualização
para emagrecer

Juliana Vilas

Esqueça por alguns momentos o modo de pensar ocidental. E deixe a mente fluir, criando imagens e vasculhando boas lembranças. Esse é o eixo central da Mobilização do Qi Mental, uma técnica desenvolvida no Brasil – inspirada em conceitos orientais de saúde – que vem fazendo barulho no tratamento da obesidade. Tudo começou há cerca de cinco anos, quando o médico e acupunturista Isao Yamamura, chefe do setor de Medicina Chinesa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), uniu conceitos orientais e ocidentais, lançou mão da física quântica, adaptou o Tao yin (técnica que conjuga alongamento, meditação e exercícios de respiração) e lançou a novidade. Atualmente, o método faz parte do arsenal de recursos do Ambulatório de Medicina Chinesa do Hospital São Paulo, onde já foram tratadas centenas de pessoas e há fila de espera para entrar nos grupos. Além de ser usado como recurso para ajudar a emagrecer, o método é aplicado no tratamento e prevenção de outras doenças que, acreditam os especialistas, têm forte vínculo com as emoções, como o vitiligo.

Quem aprendeu a usar o método, como o homeopata e acupunturista João Yokoda, garante que a vida mudou. Ele pesava mais de 100 quilos e não conseguia perder peso. Decidiu experimentar a técnica depois de assistir a algumas aulas ministradas a médicos por Yamamura. “Apliquei os ensinamentos e finalmente emagreci”, diz Yokoda. Perdeu tanto peso que, meses depois, nem mesmo o professor o reconheceu. Convencido, passou a tratar pacientes de obesidade com a técnica. Pelo seu consultório, já passaram mais de 800 ex-gordinhos.

Para entender o Qi Mental, é preciso enxergar o organismo de uma maneira diferente. Se do ponto de vista ocidental o médico cuida do corpo e o psicólogo da mente, para os chineses corpo e mente são uma estrutura única e inseparável. Para eles, todas as doenças têm origem emocional. Elas seriam consequência de sentimentos negativos, como raiva, ansiedade e medo. Eles deixariam uma carga negativa estagnada no organismo, que com o tempo pode se transformar em enfermidades. Segundo a teoria chinesa, antes de atingir os tecidos, essas energias ficam registradas no subconsciente, parte da mente que registra, como um chip de computador, memórias ancestrais e os comandos para a sobrevivência (desde funções como respirar até reações diante do perigo).

É justamente aí que o Qi Mental interfere. A idéia é fazer o interessado em perder peso revisar certos registros gravados no subconsciente e mudar a energia. Qi, em mandarim – um dos idiomas chineses –, significa energia. Na prática, o tratamento consiste em ensinar o paciente a acessar o subconsciente. “A linguagem ideal para se comunicar com essa parte da mente são imagens e sensações”, diz Yamamura. Ao longo do processo de treinamento dos pensamentos, além dos diálogos com o terapeuta, há sessões de acupuntura, relaxamento e uso da programação neurolinguística. O paciente aprende a entrar em um estado de relaxamento profundo, no qual mentaliza o corpo ideal e a gordura excedente saindo de seu corpo. “Fazemos o doente compreender, imaginar e repetir essas imagens para fixá-las. É como reeducar a mente”, garante o médico Yokoda.

Negativa – A palavra também tem importância especial. A pediatra e acupunturista Márcia Lika Yamamura, também especialista no método, diz
que se deve evitar o uso de certos
termos para não haver ruídos na comunicação. “Deve-se trocar a expressão perder peso por eliminar gordura. O subconsciente entende que tudo o que é perdido deve ser reencontrado. Além disso, não entende
a palavra não nem números”, explica.

Um aspecto tentador do Qi Mental é que não há restrição alimentar, mas é imprescindível comer todos os dias nos mesmos horários, sem grandes intervalos entre as refeições. E fazer exercícios físicos. “É para avisar a mente que, apesar da perda de peso, a pessoa está saudável”, diz Yokoda. “Nossa herança ancestral, baseada nas leis da sobrevivência, registrou o medo de morrer de fome e, por isso, o corpo passa a armazenar energia quando começa a perder gordura”, afirma Yokoda. Na explicação do médico, é por conta desse mecanismo que, numa dieta, muita gente elimina certa quantidade de calorias no começo e depois pára de emagrecer.

À luz da medicina chinesa, as explicações de Yamamura têm uma coerência incontestável. Mas a medicina ocidental tem lá suas dúvidas. De acordo com o médico Márcio Mancini, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, o método se parece um pouco com as técnicas para ajudar os pacientes a mudar de hábitos,
o que não é fácil. “Na verdade, isso parece um método complementar. No
entanto, o que pode resolver a obesidade é entender que o distúrbio tem origem
em problemas orgânicos. Por isso, depende mais do sistema químico de cada organismo do que do controle mental”, rebate Mancini. O contraponto não surpreende. As relações entre a medicina tradicional chinesa e a medicina de Hipócrates são polêmicas. Mas, na hora de emagrecer, ambas concordam que
a firmeza de propósitos pode operar milagres.

Tao yin O método Tao yin consiste em um conjunto de exercícios físicos que conectam e equilibram mente e corpo e direcionam a atenção do indivíduo para si. Criada pelo tailandês Mantak Chia, a técnica mistura meditação, controle da respiração e alongamento. Na prática, é uma meditação em movimento, no qual a pessoa mantém a consciência e atinge um estado de relaxamento total. Os exercícios são simples, mas é necessário concentração, disciplina e persistência. Para saber mais, leia: TAO YIN, de Mantak Chia (Ed. Cultrix, 223 págs.).

a dona-de-casa Claudete Ferreira Trolli, 48 anos, está convencida de que nunca mais será obesa. Ela se surpreendeu com a eficácia do Qi Mental (Qi, em mandarim, significa energia). “O que demoraria um ano para mostrar resultados acontece em poucos meses. Você toma consciência do que está travando sua energia”, explica. Claudete chegou a pesar 100 quilos e hoje não sai dos 66. “Coloquei na minha cabeça que não engordarei mais. Percebi que colocava no ato de comer, além da fome, meus problemas emocionais”, diz.

3 comentários:

Anônimo disse...

muito interessante esta tecnca vou tentar e volto aki pra contar minha historia.

Isa disse...

Isso é muito válida. O poder da mente é muito ´serio...

Isa

Iara De Dupont disse...

Oi ! Muito legal teu blog, adorei a matéria . Se puder passa lá em casa http://sindromemm.blogspot.com

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Meu nome é Regina, sou casada e tenho 3 filhos (lindos por sinal). Hoje sou apenas dona de casa, parei de trabalhar, para cuidar da família. Adoro fazer artesanatos como: pintura em tela, mosaico, decoupage, tricô, crochê, pintura em madeira e tudo que puder aprender.